Meus primeiros dias em München (Munique)

Escrevo assim – München – porque é bom eu me acostumar a falar tudo em alemão. Sábado fui em uma loja comprar um ferro de passar e sabe quando o vendedor faz aquele descritiiiivo do produto, dizendo absolutamente tudo? Então. O que eu pude entender (porque ele mostrou) é que aquele ia mais longe, nos cantinhos, e que normalmente custava 60Euros, mas estava por 39,99. Uma pechincha. E também disse que eu ia demorar bem menos tempo para passar as roupas se eu comprasse esse, ao invés do apelativo ferro verdinho de preço mínimo. Aí eu disse pra ele: “Mas eu só preciso dele por seis meses!!”. Quando é que eu vou parar de triplicar o valor de tudo o que eu compro? Enfim. Peguei o mini-preço mesmo e, já com o secador de cabelos na mão (habemus secador!), fui atrás de um cabo ADSL. Aliás quando eu comecei a falar certo: “Kabel”, ao invés de “Kapel”, como eu achava que tinha que ser (isso que eu tinha procurado no dicionário – cabeça de vento), as pessoas pararam de me mandar para “Internet Café” e sim para a Saturn (eletroeletrônicos e tudo relacionado a). Cheguei no caixa com o ferro sem graça, sem os furinhos todos e o cantinho especial do ferro pechincha e me lembrei de como é difícil passar roupa. Voltei, tive que encarar o carinha dos ferros de passar roupa (Bügeleisen, a propósito, tive que procurar no dicionário na frente da moça do secador) e peguei um de preço intermediário e me fiz por satisfeita, agora perambulando por München com uma sacola meio grande e levemente pesada. E bolhas no pé – saí com a sapatilha errada no dia em que a Saturn era longe demais de onde eu estava . Ganhei as bolhas mas também ganhei um lindo passeio pela Marienplatz em um lindo dia de sol – fotos – , almocei uma Braune Bratwurst (com Fanta sem corantes radioativos que nem aqui – leia-se amarela) em uma feira perto da Marienplatz, que tinha coisas típicas da cidade, inclusive canecas de cerveja de 1L (sem exagero).

Também descobri, já em casa, que o banho quente aqui é meio temperamental. Eu achava que a água quente era limitada a horário, sabe. Porque ontem, depois as 23:30, certamente não consegui um banho quente. Mas hoje só no finalzinho eu consegui. Embora antes, às 18 horas, tivesse água quente na torneira... Acho que aprendi alguma coisa com isso.

Enfim, foi meu primeiro dia em uma Apotheke (farmácia+cosméticos), para comprar o esparadrapo alemão – meio ruim para áreas de impacto, maaas – foi  lindo. AAAh! Claro! Tinha jogo do Bayern München em algum momento do dia. Aparentemente todo mundo dá “um rolé” na Marienplatz antes do jogo – vi muitos torcedores. Achei que o jogo já tinha ocorrido, mas quando fui voltar para casa, descobri que todos eles – e também do time aparentemente oposto, com igualmente muitos adeptos, de preto e verde escuro -, estavam descendo para o U-Bahn na mesma hora que eu. E iam pegar a mesma linha. “Maravilha”, pensei. “Metrô cheio DE TORCEDORES EUROPEUS!”. Na praça estava pacífico e agradável de se ver, mas vai que em um espaço limitado dá zica. MAAAS olhei bem e vi que eles iam no sentido contrário! Pena, ia tirar uma foto. Porque como boa turista, obviamente, tirei algumas boas fotos hoje! Apenas fica a pergunta para os meus amigos (e amigas) fãs de futebol: qual seria o jogo? Estou sem internet, não consegui descobrir. Bundesliga ou Champions League? Acho que era Bundesliga (campeonato alemão). Queria ter ido. Ainda não achei a sua camisa, pai!

Curiosidade: a Marienplatz é um ponto turístico de München, lá ficam a prefeitura (Rathaus) e uma igreja antiga que eu não descobri qual é, outro dia vejo! Lá também existem muitas lojas, por isso achei que quem sabe lá encontrava meu Kabel.

Obs: eu estava tão infeliz com bolhas que nem entrei na Zara. Que conste.

Curiosidade2: Aparentemente, alguns alemães se vestem de trajes de Floresta negra – aquele que você imagina quando pensa em um alemão – em dias de jogo do Bayern. No mínimo interessante.

Vamos falar da viagem e da chegada...

Primeiro, vamos falar que eu esqueci de tomar o remédio de enjôo no trecho para SP. Quase um problema (quem já viu sabe), mas como piora durante os “procedimentos de pouso”, deu tempo. UFA. Com a Cmáx de metoclopramida em manutenção durante a viagem inteira (assim espero - essa foi para os amiguinhos da Farmácia e afins), segui meu rumo. Simples, na verdade. Apenas solitário. No check-in correu tudo certo, despachei minhas malas na cidade natal e só peguei de novo em München. Essa parte já foi muito bem descrita pelo meu querido pai no seu facebook!  Pegar a poltrona da ponta foi muito bom, podia levantar quando eu queria, só não tive muitos vislumbres de janelinha no avião 3-3-3 poltronas da KLM. Avião azulzíssimo diga-se de passagem, por fora E por dentro (fotos).

Na minha chegada, peguei as malas plastificadas em Curitiba e vi que não é muito comum plastificar as malas por aqui. Pois é. As pessoas achavam muito engraçado e esquisito, uma mulher de lenço na cabeça (muçulmana?) inclusive olhou, olhou e falou alguma coisa na língua dela meio indignada. Enfim. Chegaram lindas e seguras, isso que importa! No aeroporto já estava a minha espera a Krystyna, com quem já estava me correspondendo por e-mail e era responsável por me buscar. Muito simpática, é polonesa e estuda alemão há algum tempo na mesma universidade que eu farei intercâmbio. Está quase terminando. Ela sabia todos os caminhos até o S-Bahn (metrô de superfície que às vezes é subterrâneo) e depois do U-Bahn (metrô bem subterrâneo), ufa!! Me trouxe até em casa, me deu os mapas de linha de metrô (todas, absolutamente, de ônibus da cidade também), me ensinou como funcionava a compra de bilhetes, a espera de trens, aonde que eu vou na segunda-feira para assinar meu contrato, coisas de celular, que a internet é via cabo, etc. Um amor de pessoa!

Curiosidade: uma hora e 15 minutos do aeroporto até em casa, passando pelo centro.

Eis que a Krystyna, que também tinha ficado com a minha chave, vai embora e eu fico sozinha. E agora José? Um bônus eu já tinha: travesseiro e lençol, que não tinham sido citados nos e-mails de descrição do quarto. O saco de dormir, sim. Hehe. Mas, sinceramente? Fiquei com aquele sentimento de “mãããe, vem me ajudar a desfazer essas malas inacabáveis!”. Pois bem. Enxuguei as lágrimas e não sei o que eu fiquei fazendo, mas só fui ao mercado lá por 19:15. Pelo menos pela leitura em blogs já sabia que os mercados fecham às 20:00. E é fato. Fui lá, e era daqueles que são uma bagunça... peguei um carrinho e me aventurei: comprei maçã, morgote, banana, margarina, pão, queijo, presunto, água, leite. Faltou alguma coisa? SIM! O SUCO DE MAÇÃ e ACHOCOLATADO! Mas enfim, como eu não conseguia achar nada lá que não fossem as frutas ou porque eu passei por esse algo por acaso, fui-me. Eles estavam fechando e mandando todo mundo para o caixa. E o caixa é realmente aquele esquema: a caixa passa tudo rapidinho e você tem que colocar tudo de volta no carrinho ou na sua sacola, mochila, etc. Eu fiz isso lá fora, porque afinal... estava fechando! Haha. Aí lá encontrei uma estudante da Sérvia, que também está morando na minha casa de estudante. Ela não teve sorte de pegar o mercado aberto...!

No dia seguinte, sábado, depois de chegar da peregrinação pela Marienplatz e arredores, cheguei em casa, deprimi porque não consegui internet, dormi e fui atrás de um eventual “Internet Café” – o famigerado. Não achei, mas comprei Apfelsaft (suco de maçã), Haribos (Haribo macht Kinder froh und Erwachsene ebenso!!!), amêndoas e Nesquick. E um copo, muito importante.

Curiosidade: eu adoro suco de maçã e Haribos.

Como é aqui

A Studentenwerk (casa de estudantes) é meio deserta, só conheci a Noemi (NoÊmi), com quem troquei umas idéias sobre como funciona a cozinha e um menino que não mora mais aqui. Cumprimentei algumas pessoas no corredor, mas não encontrei ninguém no meu corredorzinho (onde tem quatro quartos e a entrada para a cozinha que fica na frente da minha porta). Preciso comprar pratos, xícara, faca, garfo,...!

A vista do meu quarto é legal, dá para a rua. Mas é um pouco barulhenta, mesmo com as janelas fechadas (de fato eu estou acostumada com barulho zero). Falando em barulho, ouço muito os bombeiros por aqui. E tem uma igreja que deve ter missa ou cultos o dia inteiro, porque esse sino NÃO PARA! Seria muçulmana e os sinos chamadas de oração para Meca? Ainda não sei fazer o aquecedor ficar gelado, porque da última vez que fui para a Alemanha era inverno. E o chuveiro... é confuso. Não faz sentido um chuveiro alemão demorar tanto tempo para esquentar, eles não curtem desperdício de água... eu devo ter que ligar alguma coisa, sei lá. A mesa de estudar é boa, mas só para estudar durante o dia (fiz minha devocional de manhã, tão bom). A luz fica bem fraca durante a noite...

A casa é bem perto da estação de metrô (a caminho da qual eu quase fui atacada por uns pássaros pretos gigantes que não fazem um barulho bonito) e de um mercado daqueles baratos – Penny Markt – então fica tudo bem tranquilo. E de uma farmácia também, bom para emergências. Ainda tenho que fuçar mais ao redor, quando a bolha melhorar =D

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Esse post ficou meio longo, mas tinha muitas coisas para contar (amigos, família)... Fiquei digitando no Word enquanto não tinha internet, hehe! Obrigada por ter lido tudo! Comente se sentir vontade! Estou tentando ver se essa história de blog da certo...!

E as fotos, não sei se foi possível postar, mas terei  no Facebook!

Vou pro meu Apfelsaft (suco de maçã), Tschüs!!